quinta-feira, 5 de agosto de 2010

Comitê do Patrimônio Mundial

Para Juca Ferreira e Unesco, avaliação da 34ª Sessão é muito positiva

“Quase no final desta 34º Sessão do Comitê do Patrimônio Mundial, fazemos uma avaliação extremamente positiva do encontro. Pois a organização brasileira merece elogios, assim como o comprometimento dos Estados Partes, e percebemos que assim a Convenção de 72 e a própria Unesco saem fortalecidas”.

Foi desse modo que o ministro da Cultura e atual presidente do Comitê, Juca Ferreira, começou a entrevista coletiva, na tarde desta segunda-feira, 2 de agosto, sobre os resultados da 34ª edição do Comitê do Patrimônio Mundial. Dos 39 sítios que pleiteavam se tornar patrimônio mundial, houve 29 inscrições, pois 10 não foram aceitas e retornaram aos Estados Partes.

Do total de inscritos, 21 sítios entraram na lista de novos patrimônios, 7 extensões foram aprovadas, e Papahãnaumokuãkea, sítio do Havai que já fazia parte da lista como Patrimônio Natural, teve seus aspectos culturais incluídos e entrou para a lista de Patrimônios Mistos.

Para o diretor adjunto de Cultura da Unesco, Francesco Bandarin, o número de aprovações dessa edição também merece destaque. “Com essas novas inclusões, dobramos o território do planeta que se encontra sob preservação. Também vimos a entrada de três novos países, e isso, sem dúvida, é um ponto de destaque dessa edição”, destacou.

Participaram da coletiva de imprensa a consultora de Patrimônio Mundial do Icomos, Susan Denyer; o vice-presidente do Conselho Internacional de Monumentos e Sítios (Icomos), Kristal Buckley; o chefe do Programa de Patrimônio Mundial do Comitê do Patrimônio Mundial (IUCN), Tim Badman, e o presidente do Centro Internacional para o Estudo da Preservação e Restauração de Bens Culturais, Mounir Bouchenaki.

Futuro

Ao abordar os desafios do Comitê para as próximas edições do encontro, o ministro Juca ferreira disse que é preciso fortalecer o diálogo e a diversidade cultural das mais variadas regiões do planeta, e para isso é essencial fortalecer o equilíbrio entre países desenvolvidos e em desenvolvimento.

“Meu sonho é que um dia as pessoas reconheçam todo o planeta como um patrimônio natural e cultural, e que, portanto, deve ser cuidado e preservado, e para isso a convenção precisa avançar no diálogo entre os diversos países e dar voz a diversidade cultural dessas nações. Essa é uma questão essencial, a convenção não pode se furtar desse trabalho”, disse Juca Ferreira.

O diretor adjunto de Cultura da UNESCO, Francesco Bandarim, afirmou que essa é uma preocupação do Comitê, e que nessa edição já existe um grupo de trabalho para pensar o futuro, e que essas questões apontadas pelo ministro Juca Ferreira fazem parte dessas discussões.

Novo patrimônio brasileiro

O ministro da Cultura voltou a abordar a inscrição da Praça de São Francisco, no município de São Cristovão (SE), como novo patrimônio mundial. Ele destacou o trabalho do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), no sentido de destacar as singularidades do sítio e convencer os Estados Partes a concederem o título ao local.

“É um monumento singelo, mas o Iphan conseguiu demonstrar a singularidade presente na praça. Este é o único momento em que a união de dois reinos (Portugal e Espanha) se manifesta em território brasileiro e, na verdade, em todo o mundo, bem conservado, e, diante desses argumentos, todos o aceitaram como patrimônio mundial”.

(Texto: Marcos Agostinho)
(Fotos: Pedro França)
(Comunicação Social/MinC)

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